"Basta a minha voz para que o mundo tenha uma voz. Quando ele se cala, a culpa também é minha." (Simone de Beauvoir)

terça-feira, 17 de abril de 2012

8 de Março na Escola Secundária da Ponta do Sol

No passado dia 8 de Março, o projeto Equal da Escola Secundária da Ponta do Sol dinamizou várias iniciativas para sinalizar e sensibilizar a comunidade escolar para a celebração do Dia Internacional da Mulher.
Para o efeito, foram levadas a cabo as seguintes atividades:

Uma  turmas do 9º ano elaborou cartazes sobre a História da luta pela igualdade de direitos das Mulheres.










Durante o dia 8 de março, foram oferecidas rosas (de papel), acompanhadas de uma pequena mensagem alusiva ao dia.


A Rádio Escola também contribuiu, informando toda a comunidade escolar do evento.

Muitos parabéns pelas iniciativas!

quarta-feira, 21 de março de 2012

22 de março - Dia Mundial da Água

Somos hoje 7 mil milhões de seres humanos no planeta Terra. Estima-se que até 2050 sejamos 9 mil milhões. As estatísticas dizem ainda que cada um de nós bebe, em média, 2 a 4 litros de água por dia, sendo que a maioria desta água está incorporada nos alimentos que consumimos: produzir 1 quilo de trigo, por exemplo, consome 1.500 litros de água, produzir 1 quilo de carne, dez vezes mais, 15.000 litros de água.

Num momento em que cerca de mil milhões (1/7 da população mundial) vive em situação de pobreza extrema e fome crónica, em que mais de 700 milhões de pessoas não têm acesso a água potável e em que os recursos hídricos (escassos) estão sob forte pressão, pondo em risco humanos e não-humanos, não podemos simplesmente encolher os ombros e dizer: «isso é lá um problema deles». Urge repensar a forma como gerimos os nossos recursos hídricos, como produzimos os nossos alimentos e como podemos lidar com o crescimento populacional de uma forma justa e sustentável.


Fonte: http://www.unwater.org/worldwaterday/campaign.html




Filme montado por Vivek Chauhan, um jovem cineasta,
em parceria com os defensores ambientais da Sanctuary Asia network (www.sanctuaryasia.com).
Trata-se de um vídeo dedicado a todos os ativistas e defensores ambientais que morreram lutando pela nossa casa, o planeta Terra, e por todos aqueles (humanos e não-humanos) cujas vidas estão em jogo hoje.


segunda-feira, 19 de março de 2012

Atividades Equal nas Escolas da RAM - 8 de março

No âmbito do Dia Internacional da Mulher (8 de Março), a Escola da Torre dá-nos conta das atividades dinamizadas pelo Projeto Equal, cursos Efa, Grupo de Educação Moral Religiosa e Católica e a Equipa da Biblioteca, onde se inclui o Baú de leitura, num espírito colaborativo muito interessante.


Estas atividades contemplaram exposições alusivas à condição da Mulher no Mundo e também pequenos textos biográficos referentes a mulheres que fizeram e fazem história nas artes, política, ciência, economia e na luta dos direitos humanos.




No dia 7 de Março, teve lugar uma conferência destinada aos alunos dos Cursos Efa, intitulada As Mulheres na História, cuja oradora foi a Dr.ª Ana Paula Almeida.




Já no dia 8, as alunas do mesmo curso foram presenteadas com alguns «mimos» de cabeleireiro/estética.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Senhor da guerra, Thomas Lubanga, é a primeira condenação do TPI

Foto: EVERT-JAN DANIELS, AP/AP

«É a primeira condenação do Tribunal Penal Internacional. O líder dos Patriotas da União Congolesa (PUC), Thomas Lubanga, foi considerado culpado de recrutar à força milhares de crianças menores de 15 anos e de as usar em combates como soldados.

Os factos ocorreram na região de Ituri, no nordeste da República Democrática do Congo, durante os últimos anos da guerra 1998-2003.

A sentença de Lubanga será conhecida numa próxima audiência.

Segundo a acusação, Lubanga e os seus correligionários procuraram estabelecer um exército para dominar Ituri e terão raptado crianças, com um mínimo de 8 anos, das suas casas, escolas e campos de futebol. Elas eram depois drogadas e espancadas até obedecerem.

“As provas demonstram que as crianças foram submetidas a duros regimes de treino e foram sujeitas a castigos severos”, afirmou o juiz Fulford, segundo a Agência France Press.

Impassível

A condenação é a primeira do TPI, desde que este foi formado, há 10 anos. A conclusão dos três juízes levou 30 minutos a ser lida e o acusado escutou-a em silêncio e impassível.

Thomas Lubanga pode ainda recorrer da condenação. O antigo líder dos Patriotas da União Congolesa (PUC), da etnia Hema, tem agora 51 anos. Foi capturado em março de 2005 e está detido em Haia desde 2006.

Lubanga afirma-se inocente e assume-se apenas como líder político. Arrisca agora uma sentença de prisão perpétua, já que o TPI não pode pronunciar sentenças de morte.

Guarda-costas aos 9 anos

O painel de três juízes concluiu que Lubanga tentou dominar a região de Ituri, no nordeste da república Democrática do Congo (RDC). A zona é uma das mais ricas em ouro do mundo.

“A câmara concluiu de forma unânime que a procuradoria provou que Thomas Lubanga é culpado dos crimes de recrutamento forçado e alistamento de crianças menores de 15 anos e de as fazer participar nas hostilidades”, afirmou o juiz-presidente Adrian Fulford.

Tanto rapazes como raparigas foram raptados e usados pelo exército do PUC, afirmou a acusação, referindo que algumas crianças de nove anos terão sido usadas como guarda-costas e soldados.

As raparigas eram escravas sexuais do exército mas não foi possível condenar Lubanga por estes crimes.

Aplauso e deceção

As organização defensoras dos direitos humanos que trabalham na recuperação das crianças-soldado e abusadas, aplaudiram a decisão do Tribunal.

“Esperamos que tenha um efeito desencorajador no resto da República Democrática do Congo, no resto de África, na Ásia e noutros lugares”, afirmou Carla Frestman, diretora da Redress, citada pela Al Jazeera.

Apesar da prisão de Lubanga, o drama dos raptos de crianças e o seu abuso ainda ocorre na RDC.

As ONG’s ficaram no entanto desapontadas por Lubanga não ter sido condenado pelo abuso sexual das raparigas raptadas.

O juiz-presidente Fulford lembrou durante a condenação que durante o julgamento foram apresentadas múltiplas provas de que as raparigas eram usadas pelo exército como escravas sexuais, incluindo violações e outros atos de violência sexual.

Mas concluiu que lhe era impossível pronunciar-se sobre estes factos já que os procuradores não incluíram a acusação de abusos sexuais na sua queixa inicial ao TPI.

Críticas aos procuradores

Noutra crítica aos procuradores, o juiz-presidente disse que eles tinham custado inutilmente tempo e dinheiro ao Tribunal por terem usado, na investigação inicial em Ituri, intermediários pouco confiáveis. Os advogados de Lubanga acusaram as testemunhas de acusação de terem sido pagas para testemunhar contra Lubanga.

O julgamento do "senhor da guerra" congolês teve início em 2009. As audiências duraram 204 dias, durante os quais foram ouvidas 36 testemunhas de acusação, 26 de defesa e três alegadas vítimas.

Três outros homens são acusados de crimes de guerra cometidos na guerra étnica de Ituri, há 10 anos, incluindo o general Bosco Ntaganda, que é agora general no exército regular congolês.»

Graça Andrade Ramos, "Thomas Lubanga condenado pelo TPI por tornar crianças em soldados", RTP, em linha, 14-03-2012, in http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=535724&tm=7&layout=121&visual=49, [consultado a 15-03-2012]

segunda-feira, 12 de março de 2012

A água é um recurso vital, mas escasso

No próximo dia 22 de março assinala-se o Dia Mundial da Água, instituído pela Organização das Nações Unidas. Quanto custa produzir um litro de leite? E um quilo de carne? Nunca pensaste nisso, pois não?

A água, um elo que une todos os habitantes do planeta, é um recurso vital e escasso. Segundo o "Relatório Planeta Vivo 2008", da WWF - World Wild Fund for Nature, Portugal encontra-se entre os países que apresentam a pegada hídrica mais elevada por habitante, ocupando o sexto lugar entre um total de 140 países. Isto significa que somos um dos países do mundo que mais água gasta. Abrir a torneira para tomar banho, lavar as mãos, cozinhar ou, simplesmente, para beber um copo de água é um gesto banal do nosso quotidiano, mas uma luta diária de milhões em todo o mundo, mais precisamente para 783 milhões de pessoas sem acesso a água potável.

A 28 de julho de 2011, a Organização das Nações Unidas reconheceu o direito à água e ao saneamento básico como Direito Humano, inscrevendo-o na Declaração Universal dos Direitos Humanos.


Fonte: WMI - Water Missions International
(Quénia, fevereiro de 2009)
 
 
«Produzir um quilo de leite exige 700 litros de água. Um quilo de carne de porco 4600 litros. Um quilo de carne de vaca 13 mil litros. “Se reflectirmos sobre estes números, teremos de fazer uma revisão radical da nossa dieta”, introduziu Emídio Rui Vilar, presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, na passada sexta-feira, em Lisboa, no arranque do ciclo de conferências sobre o futuro da alimentação.

O problema, perante a escassez de água e tendo em conta a carne que comemos, já seria colossal, e mudar de dieta até pareceria fácil. Mas o desafio é global e as soluções continuam em discussão. Em 2050, seremos mais dois mil milhões de habitantes no planeta, 9 mil milhões. Na Europa e nos Estados Unidos o consumo de carne tem-se mantido estável, mas na China quadruplicou em 40 anos. Há mil milhões de pessoas com fome e, segundo dados da ONU, desperdiçamos 30% dos alimentos produzidos.

Se a esta altura já está a recordar o silogismo popular que diz às crianças para comerem tudo porque há pessoas a morrer de fome em África, se calhar a discussão da segurança alimentar vai fazer com que faça sentido: se os preços dos alimentos aumentarem “moderadamente”, sugeriu o convidado de honra da primeira conferência, o professor de Oxford Charles Godfray, talvez haja menos desperdícios, menos fome, além de outras consequências benéficas como aumentar a investigação nesta área e os agricultores terem mais retorno por produzirem mais e melhor.»

Marta F. Reis, “Nos países ricos a comida é muito barata. Nenhuma civilização gastava tão pouco”, excerto de, Jornal i, em linha, 12-03-2012, in http://www.ionline.pt/dinheiro/nos-paises-ricos-comida-muito-barata-nenhuma-civilizacao-gastava-tao-pouco [consultado a 12-03-2012]


sexta-feira, 9 de março de 2012

O feminismo não é coisa de mulheres. É coisa da democracia.


Artigo de opinião de José Manuel Pureza,
publicado no Diário de Notícias nacional (em linha), a 9 de março de 2012:

Eu sou feminista




Sempre me causaram grande incómodo os depoimentos de mulheres que afirmam "eu cá não sou feminista porque nunca me senti discriminada". Reduzir a História a uma condição pessoal é um malabarismo que confunde as coisas. Martin Luther King não precisou de ser escravo para saber que os negros eram efetivamente discriminados e de assumir a luta contra essa discriminação como a causa da sua vida. O conhecimento da realidade obriga-nos a escolhas. Isso basta.

Mais incómodo me causam aquelas expressões tão triviais de homens que dizem: "Feminismo? Deve haver engano: isso é com elas." O feminismo não é coisa de mulheres. É coisa da democracia. São feministas - mulheres e homens - aquelas/es que olham para a sociedade e veem nela o apoucamento das mulheres por serem mulheres. E que diagnosticam nessa discriminação a presença de relações de poder antigas, culturalmente entranhadas, que aberta ou subtilmente reservam para as mulheres um lugar subalterno no terreno social.

Há quem ainda o faça à bruta - as 14 700 queixas de violência doméstica apresentadas à polícia só no primeiro semestre do ano passado atestam-no bem. Mas o tempo e a denúncia desses atavismos encarregaram-se de revestir a discriminação das mulheres de invólucros sofisticados. Hoje, mais do que justificar a discriminação, desqualifica-se o discurso que a denuncia. É o que se passa desde logo com a absolutização dos casos de sucesso ("ela tornou--se respeitada no local de trabalho, contra todos os preconceitos, estão a ver?" ou "discriminação das mulheres era dantes, agora 65% dos licenciados são mulheres"). O caminho feito nunca justifica a cegueira do caminho por andar. E se há hoje condições sociais e culturais em que a dignidade das mulheres é equacionada em termos diferentes dos que existiam há meio século, o mínimo que apetece dizer é que mal seria se assim não fosse. Mas isso não é, não pode ser, álibi para que não reconheçamos a persistência de uma cultura de disponibilidade para menorizar as mulheres como seres humanos plenamente autodeterminados.

Que a crise financeira que nos dilacera esteja a ter impactos diferenciados sobre mulheres e homens, com o fosso salarial médio na União Europeia a atingir os 16% e com as pensões de velhice das mulheres a serem 59% das pagas a homens, que em Portugal uma mulher tenha em média de trabalhar mais quatro meses do que um homem para atingir o salário anual dele em idênticas funções - são razões de sobra para a consciência de que o feminismo é um dos discursos mais cruciais da democracia no nosso tempo.

Não tanto pela denúncia, em si mesma, destas aberrações. Mas pela denúncia da cultura funda que as torna socialmente aceites. Essa cultura foi expressa, há pouco tempo, pelo novo cardeal Monteiro de Castro. Dizia o dignitário de Roma que "a mulher perdeu muito do valor que tinha. Tem muito valor num sentido, mas noutro..." Para logo concretizar: "Um país depende muito, muito das mães, pois é ela que forma os filhos. Não há melhor educadora que a mãe. [...] A mulher deve poder ficar em casa, ou, se trabalhar fora, num horário reduzido, de maneira que possa aplicar-se naquilo em que a sua função é essencial, que é a educação dos filhos."

Esta forma de pensar, em que o valor da mulher é superlativo em casa (e não no espaço público) e em que é nela - e não nele - que se pensa espontaneamente quando se equaciona a possibilidade (residual diante da aflição económica da esmagadora maioria das famílias) de um dos pais se dedicar por inteiro à educação dos filhos, pois é aí "que a sua função é essencial", mostra como se engana quem pensa que o feminismo é coisa de mulheres e coisa do passado. Não, é mesmo da democracia e agora. E é por isso que eu sou feminista.

José Manuel Pureza, "Sou feminista", Diário de Notícias, em linha, 9-3-2012, in http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=2350921&seccao=Jos%E9+Manuel+Pureza&tag=Opini%E3o+-+Em+Foco, [consultado a 9-3-2012]

quinta-feira, 8 de março de 2012

Atividades Equal nas Escolas da RAM - 8 de março

A economista Rubina Berardo esteve hoje na Escola Secundária Jaime Moniz,
a convite do projeto Des.igual.mente
 
Oito de março marca o Dia Internacional da Mulher. Para assinalar a data, o projeto Desigualmente Jaime Moniz promoveu uma conferência sobre a temática "Mulheres, Cidadania e Política", conduzida pela Drª Rubina Berardo. Esta iniciativa teve lugar esta quinta-feira, pelas 15h, na sala 215 da Escola Secundária Jaime Moniz.

 
Diário Cidade (em linha):

Diário de Notícias - Madeira (em linha):

Jornal da Madeira (em linha):